9 de fevereiro de 2009

O “dezembro grego”: um breve balanço de um movimento traído

Escrito pelo Comitê de Redação do Marxistiki Foni

Quarta-feira, 3 de fevereiro de 2009

Em dezembro a sociedade grega se viu sacudida por uma enorme rebelião da juventude que estalou depois do assassinato de um jovem estudantes nas mãos da polícia. Entre o dia 7 de dezembro e as festas natalinas, houve manifestações de jovens a cada 2-3 dias e enfretamentos com a polícia. Um mês depois podemos fazer um balanço político tendo em conta todos os elementos.

A primeira questão que devemos analisar é o caráter concreto deste movimento. É importante porque dentro da esquerda grega há muita confusão sobre este aspecto. Para a direção reformista de direita do PASOK este movimento foi simplesmente um “protesto cego” contra um incidente de violência policial. Para os dirigentes estalinistas do KKE [N.T.: Partido Comunista Grego], não houve tal movimento nem insurreição, senão um protesto da “juventude pequeno-burguesa”. Os líderes do SYRIZA qualificam o movimento como “insurreição geral da juventude”. Por suposto, todas estas definições refletem mais as opiniões subjetivas destas tendências políticas que a realidade do movimento.

Muitas vezes ao tentar descrever um fenômeno social não é possível encontrar uma palavra que o defina de maneira simples. Não é uma questão escolástica nem tampouco algo que se possa responder com fórmulas gerais abstratas. A verdade é que este movimento foi uma insurreição juvenil com sua principal base entre os estudantes secundaristas. O movimento teve um momento semi-insurrecional, sobretudo com um espírito muito combativo e de sacrifício, mas também uma forte disposição a se enfrentar fisicamente ao coração do Estado, às forças policiais gregas.

Por suposto, não foram protestos “pequeno-burgueses” como tentaram apresentar os estalinistas. A grande maioria dos estudantes que participaram no movimento procedia de famílias operárias pobres e todos estes estudantes criaram suas próprias formas independentes de coordenação durante a luta.

Por outro lado, não é correto caracterizar o movimento como uma “insurreição popular”. As seitas e os anarquistas utilizam habitualmente estas formulações, demonstraram denovo que para eles só existem duas “cores”, branco ou negro. Para eles a sociedade se enfrenta à “negra” reação ou a uma “insurreição” geral, entre os dois não existem outros matizes.

Na realidade, o movimento operário só mostrou sua simpatia com o movimento, mas não participou ativamente nele. A exceção foi a greve geral de 24 horas no dia 10 de dezembro, que coincidiu com as mobilizações juvenis. Entretanto, também devemos recordar que a greve geral já estava programada antes de que se iniciasse o movimento e que ainda a participação massiva dos trabalhadores expressavam sua solidariedade com os estudantes, depois desse dia, não participaram pelas massivas manifestações estudantis nas portas das delegacias policiais de toda a Grécia nos dias 8 e 9 de dezembro, as principais manifestações do movimento não foram tão massivas, a maior reuniu cerca de 40 mil a 45 mil pessoas.

Por suposto, os responsáveis desta situação são os dirigentes tanto dos partidos de esquerda como dos sindicatos. Com a greve geral de dezembro tinham o potencial de fazer um movimento muito maior no qual se implicaria a classe operária em geral. Assim que com estes dados é evidente que a classe operária não expressou ativamente nenhuma “intenção insurrecional” como tentaram convencer a si mesmos os sectários e sua desafortunada audiência. Por ora, os trabalhadores permitiram que seus filhos e filhas se expressassem com sua linguagem dinâmica que, inevitavelmente, eles utilizarão no futuro próximo. Na realidade, não podemos nem sequer dizer que houve uma “insurreição juvenil” generalizada, como pretendem os dirigentes do SYRIZA, porque a base principal foram os estudantes secundaristas. Os universitários não se mobilizaram massivamente e só uma pequena minoria de jovens trabalhadores ativos participou nas manifestações.

Um movimento traído

O que podemos dizer é que o movimento de dezembro teve um elemento semi-insurrecional, mas que só conseguiu parcialmente uma expressão de massas e teve uma curta duração. As duas manifestações depois das férias de festividades foram pequenas, com a participação de 3 mil a 4 mil pessoas, sobretudo universitários mobilizados por frentes juvenis ultra-esquerdistas e pelo SYRIZA. A razão principal do final prematuro do movimento foi a traição das direções das organizações de massas tradicionais, tanto políticas como sindicais.

Pela primeira vez nos últimos vinte anos vimos como o movimento juvenil saía à rua perante a hostilidade da direção dos dois principais partidos operários. A direção do PASOK [Partido de esquerdas] pediu abertamente aos estudantes para “regressarem às classes”, enquanto que os dirigentes do Partido Comunista (KKE) identificavam o movimento com as ações pequeno-burguesas aventureiras dos anarquistas, e se negaram não só a participar, mas também disseram que não existia tal movimento. A direção do SYRIZA, ainda que tenha apoiado e participado do movimento, depois dos ataques da burguesia adotou uma tática patética e se negou a apoiar ativamente a necessidade de intensificar o movimento e coordená-lo com a luta dos trabalhadores. Tudo isto reflete a total bancarrota dos dirigentes social-democratas e estalinistas que será muito mais óbvia segundo se acelere a luta de classes.

Como resultado desta traição por parte das direções tradicionais, durante a curta duração do movimento o vazio de direção foi preenchido pelos anarquistas e as seitas ultra-esquerdistas. Com suas consignas habituais abstratas e caóticas, como “a besta está nas ruas” ou “ocupemos cada praça” e outras coisas no estilo, sem propor nenhum objetivo claro e nem reivindicações, os anarquistas e seus leais seguidores, os sectários, dirigiram o movimento a um beco sem saída, e empurraram as massas estudantis rapidamente à confusão e o desencanto. Além da hostilidade dos dirigentes dos partidos operários, esta foi a segunda razão pela qual o movimento teve uma vida breve.

Um terceiro fator, e não menos importante, foi o papel do terror de Estado. No momento da escritura deste artigo, 68 jovens continuam presos. A maioria deles de forma alguma participou dos enfrentamentos com a polícia e foram detidos simplesmente porque estavam ao largo [do movimento] ou são imigrantes. A tragédia é que estes jovens enfrentam a acusação de cometer atos de terrorismo e alguns inclusive tem perspectivas de condenação de 6 a 8 anos de prisão!

A ação “Luta revolucionária”, organização que defende o terrorismo individual, foi muito útil para o Estado em sua campanha de terror contra os estudantes. No dia 6 de janeiro feriram seriamente um policial, este incidente foi utilizado para aguçar os sentimentos de simpatia com a polícia entre um setor amplo da população, foi utilizado como a cartada para mais brutalidade policial, deste modo colocaram mais medo entre a juventude e freava sua participação nas manifestações.

Uma situação social explosiva e as perspectivas

O movimento de dezembro foi só o prelúdio das grandes batalhas de classe que virão no futuro imediato. A crise do capitalismo grego se aprofunda e o ambiente na sociedade se mantém explosivo. Pouco depois do movimento juvenil de dezembro, entre o dia 18 e 28 de janeiro, presenciamos mobilizações massivas dos camponeses pobres de toda a Grécia. Vinte e dois mil tratores bloquearam os caminhões nacionais em uma luta muito combativa contra os baixos preços que lhes são oferecidos aos camponeses por seus principais produtos, pelas empresas de alimentação, fora demonstrado a falta de sensibilidade do governo de direita ante o sofrimento dos pequeno-camponeses que se unem devido à pressão da crise atual. A luta dos camponeses contou com uma participação massiva e o débil governo da Nova Democracia teve de destinar 500 milhões de euros em subvenções como a única maneira de evitar outra nova rodada de explosão social.

Esta mobilização dos camponeses data três anos nos quais a maioria dos setores da sociedade mobilizaram contra o governo e os ataques dos capitalistas aos níveis de vida. Vimos os trabalhadores participarem em uma greve geral após outra, dos estudantes universitários e de secundaristas mobilizarem-se reiteradamente, aos comerciantes, inclusive os professores e agora os camponeses. Aqui temos um exemplo claro do potencial revolucionário que existe em cada um dos níveis da sociedade. Com o governo da direita em uma crise profunda e permanente, com os dois partidos burgueses (Nova Democracia e o pequeno Alerta Popular Ortodoxa, o LAOS, como se conhece) conseguindo menos de 33% nas pesquisas, se os partidos operários tivessem uma política revolucionária, a tomada do poder na Grécia poderia ser, sem exagero, uma questão de meses.

Entretanto, a ausência do fator subjetivo revolucionário complica a situação. Inevitavelmente, no próximo período o governo do ND passará à história sob as marteladas da crise econômica e a crescente luta de classes. A pressão sob a direção da Confederação Grega dos Trabalhadores (GSEE) para que organize outra greve geral está acumulando, nesta ocasião contra a onda de demissões nas indústrias. Os trabalhadores terão que passar pela experiência de lutas maiores e pela de outro governo reformista do PASOK, ou possivelmente uma coalizão PASOK-SYRIZA.

Seu instinto de classes lhes levarão no próximo período às idéias mais revolucionárias e efetivas, as idéias do marxismo. Por isso a única solução política real está na luta cotidiana paciente pela construção de uma corrente marxista de massas, com profundas raízes no movimento operário e na juventude grega, como a ferramenta necessária para a vitória decisiva da classe operária contra a burguesia reacionária grega e a construção de uma sociedade verdadeiramente socialista, onde não exista a exploração. A esta tarefa está dedicada a seção grega da Corrente Marxista Internacional, que edita o jornal Marxistiki Foni.

Traduzido por Lucas Morais (luckaz@gmail.com)

Alan Woods apresentará Reformismo e Revolução na Feira do Livro de Havana

Escrito por In Defence of Marxism

Quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O pensador marxista britânico, Alan Woods, apresentará seu livro Reformismo o Revolución na Feira de Havana, que começará no próximo dia 12, informou hoje a Prensa Latina através de fontes próximas ao autor.

Publicado pela Fundación Federico Engels (FFE), o texto explica a absoluta atualidade e vigência do marxismo frente às correntes de opinião que tenderam a deslegitimar-lo, após o colapso do socialismo no leste europeu e a contra-ofensiva ideológica burguesa.

Esta recente entrega do intelectual reforça sua minuciosa busca de argumentos para assumir essa filosofia como imprescindível arma de luta.

A FFE participou das mais recentes edições do principal evento cultural em Cuba e, junto aos livros, se apresentam folhetos, pôsteres e outros suportes de seu know-how.

Essa organização com sede em Madrid possui um amplo catálogo, no qual ressaltam as reedições de textos fundamentais do marxismo, como o Manifesto comunista; A origem da família, a propriedade privada e o Estado; Crítica do programa de Gotha e O 18 Brumário de Luis Bonaparte.

O próprio autor trará à público seu texto no dia 16 na sala Carlos J. Finlay, do complexo Morro-Cabaña, e uma vez mais a ocasião será um gesto de solidariedade com a Revolução e a causa dos cinco antiterroristas cubanos, presos em cárceres norte-americanos.

Na difusão passada, na Venezuela, do Reformismo o Revolución, o presidente Hugo Chávez citou o volume e recomendou sua leitura em várias oportunidades.

Fontes: Granma and Prensa Latina

Ucrânia: Trabalhadores ocupam a fábrica Kherson

Por Oksana Boiko

Sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Na terça-feira pela manhã, no dia 3 de fevereiro, os trabalhadores da Kherson Machine Building Plant, KNF, (que produz maquinaria agricultora) ocupou uma das instalações da fábrica. As 9h30m cerca de 300 trabalhadores da KNF adentraram os andares da fábrica e ocuparam o prédio administrativo.

Durante esta ocupação, nenhum dos trabalhadores foram afetados, os guardas de segurança locais não impuseram uma resistência séria. Os trabalhadores tomaram o prédio administrativo e demandou a nacionalização desta empresa ucraniana estratégica, juntamente com a demanda de pagamento dos salários atrasados.

Um trabalhador que tomou parte nesta ação falou aos jornalistas que os trabalhadores não receberam seus salários desde setembro e que eles estão prontos para lutar até a vitória. Os grevistas abordaram os trabalhadores da Lvov Bus Factory [N.T.: fábrica de ônibus] e outras fábricas buscando solidariedade.

Agora os trabalhadores estão no prédio e muitos estão ao lado de fora segurando cartazes. De acordo com as testemunhas, a situação em geral é normal, mas mais e mais pessoas estão vindo para se unir aos grevistas.

Viktor Shapinov, da Corrente Marxista Internacional, que está apoiando a ação dos trabalhadores, explicou que, “neste momento a fábrica está totalmente sob controle operário, a situação está sendo monitorada pelo conselho dos trabalhadores, liderado por Leonid Nemchinov. Aqui não há polícia em volta do prédio”.

De acordo com Shapinov, a decisão de ocupar a fábrica foi tomada após as autoridades recusaram garantir a permissão para uma demonstração [protesto] no centro da cidade de Kherson, onde centenas de trabalhadores do KNF tomaram parte.

“As pessoas não tem qualquer escolha. Eles não receberam nenhum salário desde setembro de 2008. Os salários passados vem no valor de 4,478,000 hryvni (600.000 mil). No último encontro com os gerentes, os empregados foram informados de que os patrões não estão interessados em salvar a fábrica. Quase 1300 trabalhadores podem perder seus postos de trabalho, enquanto o equipamento da fábrica foi movido para o ferro-velho”, explicou Viktor Shapinov.

As principais demandas dos trabalhadores da KNF são: todos os salários devem ser pagos, nacionalização da fábrica sem nenhuma compensação aos patrões, que sabotaram a produção industrial.

O que se seguiu é que podíamos ler na declaração dos trabalhadores da KNF: “Nós demandamos que essa situação emergente seja resolvida em uma semana, ou nós iremos iniciar ações extremas de protesto para proteger nossas famílias do frio e do estorvo. Os efeitos do fechamento desta empresa estratégica pode ser compreendido pelo governo: uma queda nos rendimentos do orçamento, a destruição de mais de mil postos de trabalho, os custos adicionais da importação de máquinas estrangeiras e mais problemas sociais em Kherson”.

Shapinov acrescentou que, “na quinta-feira, os trabalhadores tiveram conversas com o governador (oblast) do distrito de Kherson, mas ali não houve propostas concretas para resolver este problema. As pessoas estão prontas para lutar até o fim”.

Nós devemos recordar que a situação econômica na Ucrânia continua extremamente difícil. Nos últimos meses a produção industrial neste país caiu um terço e continua a cair.

Tradução: Lucas Morais

Estendem-se pela Grã-Bretanha as greves espontâneas

Sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Por Socialist Appeal

Na última semana de janeiro de 2009, começou uma luta a refinaria de Lindsey em Lincolnshire. Rapidamente as greves se estenderam a Grangemouth na Escócia, Wilton em Cleveland e por todo o país. Na sexta-feira, 30 de janeiro, 3.000 trabalhadores abandonaram o trabalho em 11 fábricas. Na segunda-feira, 2 de fevereiro, milhares mais se uniram à luta. Os trabalhadores de Sellafield, a planta de reprocessamento nuclear de Cumbria, da central elétrica de Didcot, Longannet, Staythorpe, Milford Haven, Selvy, Warrington e Aberthaw deixaram de trabalhar. A manchete do The Times era: “Uma nova era de mal-estar industrial”. É um movimento coordenador, bem organizado, não oficial e totalmente ilegal com as leis anti-sindicais britânicas.

O movimento forma parte de uma onda de protesto que percorreu a Europa desde fins de 2008. Grécia foi convulsionada pelas lutas dos estudantes secundaristas e uma cadeia de greves gerais. Houve distúrbios e manifestações em quase todos os países da Europa do Leste, na Letônia, Ucrânia e Hungria, para nomear só três países, onde em 2009 se explodiu a raiva dos trabalhadores. Na Islândia, o governo teve de se demitir. Na França, em 29 de janeiro, milhões participaram em uma greve geral contra as demissões e as medidas de austeridade.

As bases deste ambiente de fúria é a crescente consciência das conseqüências da crise atual e o impacto que terão nos empregos e condições de vida da classe trabalhadora corrente. Na Grã-Bretanha a situação não é diferente. Como destacamos em outros trabalhos, esta consciência necessariamente ao princípio se desenvolve de uma maneira desigual.

Nas notícias podemos ver a luta com imagens de trabalhadores com cartazes em que se podia ler: “Os empregos britânicos para os trabalhadores britânicos”. Esta mesma frase utilizada por Gordon Brown em 2007, roubada do fascista BNP [N.T.: Partido Nacional Britânico]. Nesse momento, condenamos esta palavra-de-ordem por ser racista, e segue o sendo. Não apoiamos que os trabalhadores levem este tipo de palavra-de-ordem. Nós defendemos a unidade de todos os trabalhadores contra os golpes e manobras dos empresários.

A maioria dos trabalhadores em greve são conscientes de que seu inimigo é o empresário, IREM no caso da refinaria de Lindsey. Depois de tudo, é contra quem estão na greve. The Times (30/01/09) citava um grevista: “A disputa não é contra os trabalhadores estrangeiros, senão contra as empresas estrangeiras, que discriminam a mão-de-obra britânica (...) É uma luta pelo emprego. É uma luta pelo direito a trabalhar em nosso próprio país. De forma alguma é uma idéia racista”.

Mas também é certo que o BNP e outros grupos fascistas estão se arrastando nas margens desta luta. Mas há de ser dito que não conseguiram entrar, em alguns lugares foram expulsos dos piquetes. Os fascistas nunca foram amigos do movimento operário.

Gordon Brown denunciou a luta dos trabalhadores. Com isso o que faz é repudiar sua própria consigna racista: “Os empregos britânicos para os trabalhadores britânicos não só é divisor. Simplesmente não é permissível sob as leis da União Européia, que compromete a todos os estados membros ao ‘livre movimento de mão-de-obra’”. 

Isto significa que a luta dos trabalhadores é inútil e equivocada? De forma alguma. A situação em Lindsey, uma situação que se repete por todo o país, é que o trabalho de construção destes lugares se subcontrata fora. Lindsey é propriedade da norte-americana Total, que contrata o trabalho de engenharia da Jacobs, que por sua vez contrata a IREM, que emprega mão-de-obra italiana e portuguesa. A razão não é muito difícil de visualizar. Os salários médios mensais no setor da construção britânica é de 2.160 libras; na Itália são de 1.386 livras e em Portugal 614 livras mensais. Estes trabalhadores estrangeiros são alojados em albergues flutuantes amarrados no Mar do Norte, um sistema qualificado de “estilo soviético”.

Os trabalhadores britânicos lutam pela manutenção dos salário e as condições trabalhistas na indústria. Ainda que não apoiemos a consigna: “Os empregos britânicos para os trabalhadores britânicos”, sim apoiamos sua luta. Os trabalhadores britânicos, na prática, são excluídos do emprego mediante o mecanismo da subcontratação. IREM trará uma equipe completa para fazer o trabalho. As vagas de emprego não serão anunciadas na Grã-Bretanha. Na busca incansável por baixar os salários, os trabalhadores britânicos efetivamente são discriminados pela IREM. Se isso não é ilegal, deveria ser.

Existe uma ofensiva da classe dominante contra os trabalhadores através das instituições da União Européia. O Tribunal de Justiça europeu emitiu uma série de sentenças hostis em respeito à interpretação da aplicação da diretiva que regula as condições laborais dos trabalhadores no estrangeiro, limitando-a o máximo possível, e esta ofensiva tem implicações importantes para todos os trabalhadores dentro da UE. Basicamente, o tribunal deu luz verde aos empresários para que viajem pelo mercado de trabalho europeu e, assim, tentar reduzir os níveis de vida por todo o continente.

Mediante o pântano dos subcontratos, esperam desviar a responsabilidade das empresas, pretendem dividir-nos para controlar-nos. Nossa resposta deve ser a luta pela manutenção dos níveis de vida, lutando pelo direito ao trabalho de todos os trabalhadores, britânicos ou estrangeiros.

Uma das ironias da situação é que as repressivas leis antisindicais tories [fração do Partido Conservador] se mantiveram durante os anos do Novo Trabalhismo. Em conseqüência, esta luta é ilegal e Brown não pode apelar à natureza cautelosa dos dirigentes sindicais para que encarrilhem o movimento.

De sua parte, as cúpulas sindicais estão furiosas com o Novo Trabalhismo pela sua subida aceitação da ofensiva dos empresários da UE. Os sindicatos levam anos colocando os perigos desta diretiva trabalhistas da UE e chegaram a um acordo com o governo em 2007, em Warwick, para legislar a defesa das condições trabalhistas. Desgraçadamente, o Novo Trabalhismo estava demasiado ocupado, engordando aos empresários.

Paul Kenny, secretário-geral do sindicato GMB, comenta: “Compreensivelmente, os trabalhadores britânicos estão furiosos porque são excluídos dos empregos, simplesmente por ser britânico. O governo trabalhista é consciente desta questão e havia prometido solucionar-la, mas não cumpriu sua promessa”.

A luta dos trabalhadores realmente está dirigida contra os empresários que utilizam o truque dos subcontratos para iludir os acordos coletivos que os sindicatos britânicos defenderam durante décadas para manter os níveis na indústria da construção. Os trabalhadores que estão participando numa luta justa devem ser apoiados. Mas só ganharão se o movimento se basear no princípio da unidade da classe operária.

Tradução por Lucas Morais.

Fonte: El Militante 

A “segunda sangrenta” e a mudança de consciência nos EUA

Escrito por John Peterson

Segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Se não fosse suficiente perder 2,3 milhões de empregos em 2008, o maior descenso desde 1945, na segunda-feira do dia 26 de janeiro se anunciaram 68 mil demissões. A “segunda sangrenta” preenchia as manchetes, mas a hemorragia de empregos da economia norte-americana parece que não tem fim à vista. Desde a segunda-feira, mais empresas anunciaram demissões. A lista de empresas que despediram trabalhadores são: 20 mil da Caterpillar; 10 mil da Boeing; 8 mil da Pfizer; 8 mil da Sprint Nextel; 7 mil da Home Depot; 6 mil e setecentos da Starbucks; 6 mil da Intel; 5 mil da Microsoft; 5 mil da Schlumberber; 2 mil mais na General Motors; 1 mil e duzentos da Ford; 1000 da United Airlines; 700 da AOL; 600 da Target; 350 da Brooks Automation, e a lista continua.

A taxa oficial de desemprego é a maior em dezesseis anos, cerca de 7,2%, espera que se alcance os 10% nos próximos doze meses. O número de norte-americanos que é calculada nas listas de desemprego, agora é 4,78 milhões, o nível mais elevado desde que começaram as estatísticas em 1967. Oficialmente 11 milhões de postos de trabalho, mesmo com o plano de estímulo econômico do Obama, de 819.000 milhões de dólares, consiga criar empregos ou pelo menos pare as demissões de centenas de milhares de trabalhadores.

Todd Wilson, um vendedor de computadores do [estado] Kansas, colocou a questão da seguinte maneira: “Qualquer um que busque emprego agora sente este tsunami econômico, o sente como algo repentino, como algo que aparece de repente”. Segundo Heidi Shierholz, economista do Economic Policy Institute, há quatro trabalhadores parados competindo por cada emprego disponível. “Há literalmente milhões de trabalhadores parados sem esperança de encontrar um novo emprego. A espera é muito longa”. É, segundo o economisa-chefe do Mid-America Regional Council, Frank Lenk, para cada emprego perdido, se perderam uma média de outros dois.

O desemprego nos EUA aumentaram constantemente desde princípios de 2008 e havia alcançado os 11 milhões a princípio deste ano. Fonte: Bureau of Labour Statistics.

Mas não, 68 mil não é só um número. São trabalhadores individuais com famílias, amigos, casas, sonhos e esperanças no futuro. Com o recorte de postos de trabalho, os pagamentos de hipotecas, a evaporação das poupanças e as dívidas dos cartões de crédito, o futuro para milhões de trabalhadores norte-americanos é cada vez mais obscura. A dura realidade da vida sob o capitalismo, a destruição do “sonho americano” destroçado por uma avalanche de dívida, levou muitos ao desespero. Em muitos casos se pode dizer literalmente que o capitalismo mata.

Alguns chegaram a queimar suas casas para evitar os despejos por inadimplência da hipoteca, outros tomara medidas ainda mais drásticas. Na quara-feira, dia 27 de janeiro, um dia depois da “segunda sangrenta”, o país ficou comovido, mas não surpreendido, ao escutar outro assassinato múltiplo, devido ao desespero pela situação econômica. Um californiano assassinou sua esposa, seus cinco filhos e depois se suicidou depois de que ele e sua esposa perderam seus empregos no hospital. Segundo as notícias, sua par planificou conjuntamente os assassinatos como uma “saída” para a família, não viam outra saída. Segundo dizia a nota do suicídio: “por que deixar nossos filhos nas mãos de outro?”

Por suposto, não são todas as demissões que tem este trágico fim. Mas quem pode negar que as pressões deste sistema empurram os pais norte-americanos “normais” ao abismo? E que dizer de Marvin Schur, um homem de 93 anos de idade, de Michigan, que morreu congelado em sua própria casa depois que a empresa elétrica lhe cortou a luz por não pagar a fatura? Segundo um visitante médico do condado, o veterano da Segunda Guerra Mundial sofreu uma “morte lenta e dolorosa”.

Esta é a verdadeira cara do capitalismo. Portanto, não nos pode surpreender que a raiva e o mal-estar com os banqueiros, os executivos e os ricos em geral vem aumentando. No mesmo dia em que se anunciavam 68 mil empregos perdidos, se informava que Citigroup, um dos  maiores receptores do plano de resgate, vai gastar 45 milhões de dólares em um avião privado para seus executivos. Os excessos empresariais despertaram os instintos de classe dos trabalhadores, 45 milhões de dólares do dinheiro público para um avião privado quando milhões de trabalhadores estão perdendo seus empregos.

Citigroup vai à cabeça com sua compra planificada de um avião privado valorizado em 45 milhões de dólares. Incrivelmente, nove de cada 10 executivos veteranos dos bancos que receberam dinheiro público ainda mantém seu emprego. Em outras palavras, aqueles que capitanearam esta última crise do capitalismo ainda estão à frente. Por exemplo, JP Morgan Chase, que recebeu milhares de milhões de dólares do dinheiro dos contribuintes, ainda está sendo dirigido por James Dimon, que em 2007 conseguiu 28 milhões de dólares e depois recebeu muitos milhões a mais.

O desemprego na indústria bancária quase se triplicou e nestes últimos dois anos cerca de 100 mil trabalhadores do setor perderam o emprego. Segundo Rebecca Trevino de Louisville, Kentucky, uma mãe de três filhos, recentemente despedida de seu emprego de coordenadora de formação do Bank of America: “As mesmas pessoas seguem na cúpula, as mesmas que tomara as decisões que provocaram a sorte de nossa crise financeira. Isso é o que ocorre na direção. As pessoas de cima sempre situa a culpa em outro lugar. É surpreendente que a direção possa tomar decisões que levaram à ruína financeira a tantos e depois recebam ajuda por isto”.

Sem nenhum tipo de vigilância pública, o dinheiro do resgate simplesmente assume que os altos executivos farão “a melhor eleição” nesta ocasião. Mas como diz Jamie Court, presidente do grupo californiano Consumer Watchdog: “Quando tratas com os mesmos cachorros, possivelmente termines com as mesmas pulgas”.

Com freqüência se fala dos processos subjacentes na sociedade, com listas intermináveis de fatos e cifras. O seguinte é um exemplo das conclusões às que estão chegando muitos trabalhadores sobre a base de sua experiência. Enquanto viajava ao aeroporto O’Hare, de Chicago, a “segunda negra”, me dirige a uma mesa painel para confirmar minha hora de chegada. Três trabalhadores da aeronave, um que trabalhava no painel e dois membros da tripulação esperavam antes de montar no avião, então viram a notícia na CNN dos 68 mil trabalhadores que haviam perdido seu emprego em um só dia. Seus olhares mostravam preocupação e incredulidade, evidentemente pensavam na seguridade de seu próprio posto de trabalho. Depois o trabalhador do painel disse: “É uma vergonha, quando tudo o que faz falta é despedir a cinco pessoas”. Os outros olhavam perplexos. “Sim, só a cinco pessoas, os altos executivos da United Airlines, American Airlines, Delta Airlines, etc., e o problema se solucionaria”. Os outros riram e um acrescentou: “Que a lista seja de dez pessoas, também os chefes dos bancos”. Depois de mais risadas o terceiro acrescentou: “Deixemos que corram a seus aviões privados e que voem a qualquer sítio para nunca regressar”.

Estes são exemplos isolados de uma conversa que se pode escutar por todo o país, quando milhões de trabalhadores experimentam um processo molecular de discussão e análise da crise e suas causas. Aqui temos uns quantos mais: “Cada dia há mais má notícias e mais parados”. “Eu pensava que meu emprego estava a salvo, mas começo a ficar preocupado. O machado pode cair em qualquer momento”. “Necessitamos confiscar a propriedade dos ricos”. “Construíram muito durante o boom e agora todos são despedidos”.

Os trabalhadores estado-unidenses começam a “atar cabos” Instintivamente compreendem que só um punhado de pessoas por cima são as que tomam as decisões que afetam aos demais. Só faz alguns meses, este tipo de discussão simplesmente não se dava a uma escala tão ampla: no ônibus, no açougue, nos correios, em uma partida de futebol, na igreja, no bar, na mesa. Este é só o princípio de um profundo giro dos trabalhadores norte-americanos, os mesmos trabalhadores que no passado votaram em George W. Bush e apoiaram a guerra do Iraque, que começam a compreender a sociedade na qual vivem. As implicações revolucionárias para o futuro são evidentes.

Traduzido por Lucas Morais (luckaz@gmail.com)

11 de dezembro de 2008

FÉRIAS COLETIVAS E AMEAÇA DE DESEMPREGO

06/12/2008

Jornal Luta de Classes 

Publicamos aqui o editorial da edição nº.17 do Jornal Luta de Classes.

Enquanto todos os economistas e os consultores se contorcem para poder adivinhar quanto valerá a bolsa, o dólar ou o ouro na semana que vem; enquanto alguns perdem bilhões e outros ganham bilhões, o desastre criado pelo capitalismo começa a chegar ao povo: as empresas anunciam demissões e férias coletivas no Brasil e no mundo. As estatísticas que nos chegam do mundo apavoram: na Europa, uma média de 10 mil demissões por dia, nos EUA o número de pedidos de seguro desemprego ultrapassa a média de 500 mil por mês, prevê-se uma queda do PIB de mais de 5% no último trimestre e anuncia-se agora, que o país está em recessão faz um ano, desde dez/2007! Na China, mais de 15 mil fábricas fechadas, mais de 10 milhões de desempregados.

Enquanto isso, os pacotes continuam a chegar para o bolso dos capitalistas. Nos EUA, a conta do governo está entre 5 e 8 trilhões de dólares! De 5 a 8 vezes o que o Brasil produz por ano, entre um terço e metade do que produz (PIB) os EUA em um ano! Aqui a conta foi mais modesta – 150 bilhões de reais. O dobro do que custaria corrigir os salários dos aposentados em um ano! E tudo isso foi gasto em dois meses.

FHC inventou o fator previdenciário e comprimiu os proventos dos aposentados e pensionistas. Lula continuou com tudo isso. Agora os projetos do Senador Paim, que acabam com o fator previdenciário e reajustam os proventos dos aposentados, foram aprovados e o governo recusa-se a dar seguimento, combate os projetos porque diz que vão custar 76 bilhões de reais em um ano! Ora, se esse dinheiro não existe, como existiu 150 bilhões para especuladores, exportadores e banqueiros? Para os aposentados e trabalhadores, nada! Para os ricos, tudo? O povo elegeu Lula para acabar com essa farra e a farra continua?

E os trabalhadores já estão sentindo a crise. A Folha de São Paulo (29/11) fala em 47 mil operários de montadoras em férias coletivas neste final de ano, com aumento do número de semanas em relação ao ano passado. O Globo (30/11) mostra 18 mil em férias coletivas no Sul Fluminense (região de Volta Redonda), 40% a mais que no ano passado e com demissões nas firmas terceirizadas. Embora em outubro tenha aumentado o número de empregados (com queda no salário médio), este aumento não aconteceu nas indústrias. Muitos investimentos previstos para o próximo ano continuarão, mas a FIESP estima uma queda de 40% nesta previsão. Resultado: diminuição do emprego, mais arrocho salarial.

Os trilhões que estão sendo gastos no Brasil e no mundo resolverão o problema de alguns bilionários, de algumas empresas. Mas aumentarão a miséria dos trabalhadores e do povo pobre que terão que pagar a conta em desemprego, arrocho e miséria. Existe outra saída? Existe. Romper com a burguesia e atacar o capitalismo: estatizar sob o controle operário as indústrias e os bancos, distribuir terra para quem nela vive e trabalha. Este é o combate que a Esquerda Marxista leva, no PT, na CUT, no movimento operário e para o qual convida os trabalhadores e jovens a integrar os seus quadros.

10 de dezembro de 2008

EUA: Os trabalhadores ocupam uma fábrica em Chicago

Escrito por David May

Segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Na sexta-feira, cerca de 300 trabalhadores da fábrica Republic Window & Door, de Chicago, ocuparam a planta exigindo o pagamento dos salários atrasados e indenizações que a empresa deve. Pela primeira vez desde o nascimento da federação sindical CIO, nos anos trinta, os trabalhadores norte-americanos ocupam seu local de trabalho. Quando os empresários pressionam para jogar a carga do fracasso da economia sobre os ombros dos trabalhadores, a luta de classes regressa aos EUA. Os majoritariamente 300 militantes latinos da United Eletrical Workers [UE] começaram a ocupação antes que os empresários fechassem a fábrica. A empresa avisou os trabalhadores o fechamento em menos tempo que os 60 dias necessários, violando as leis trabalhistas federais. A empresa informou de que os lucros mensais haviam caído aproximadamente cerca de 25%, a 2,9 milhões de dólares. Mas continuava recebendo pedidos no último dia de funcionamento previsto, fazendo com que os trabalhadores duvidassem da necessidade que a empresa teria de fechar suas portas.

A direção da Republic disse aos trabalhadores que era necessário fechar a empresa para conseguir empréstimos de seu principal credor, o Bank of Marica. Os trabalhadores da UE organizaram um piquete em frente a sede do Banco em Chicago em 3 de dezembro. Apesar do banco e a direção da Republic pedirem o local 1.110 da UE uma reunião para discutir as indenizações e outras questões, a reunião foi sabotada quando a empresa não se apresentou. Os trabalhadores responderam ocupando a fábrica.

O Bank of America era um dos maiores bancos que participou no gigantesco plano de resgate de 7 bilhões de dólares, aprovado pelos partidos Democrata e Republicano no Congresso, em outubro passado. Também foi apoiado tanto por Barack Obama como por John McCain. Apesar de conseguir bilhões dos contribuintes, a maioria trabalhadores, os banqueiros se negam a utilizar o dinheiro público para outra coisa que não seja o lucro privado. Essa é a penosa realidade do capitalismo!

A outra face desta realidade é que não podem conseguir concessões significativas dos empresários, inclusive algo tão básico como uma indenização salarial, exceto mediante a luta de classes. Deveríamos perguntar que se o Bank of America está se “resgatando” com dinheiro público, por que não é de propriedade pública? Se Republic consente a ajuda pública, este dinheiro deveria ser utilizado para manter aberta a fábrica e os empregos dos trabalhadores. Se não há margem para que os empresários continuem fazendo lucros, então a fábrica deve ser de propriedade pública e sob controle democrático dos trabalhadores, sem nenhum tipo de compensação para os empresários e eliminando o motor que supõe o lucro. Enquanto isso, a única maneira na qual os trabalhadores podem receber a indenização e o dinheiro que lhes devem é mantendo a ocupação até que a administração e o Bank of America cedam.

Esta ocupação da fábrica é um exemplo para milhões de trabalhadores de todos os EUA, que enfrentam um aumento massivo das demissões, fechamentos de empresas, cortes salariais e de lucros. Já se organizaram assembléias de solidariedade na zona de Chicago. As federações sindicais AFL-CIO e Change to Win deveriam mobilizar o movimento operário em todo o país em apoio aos trabalhadores da Republic. Uma ofensa a um é uma ofensa a todos!

A Liga Internacional dos Trabalhadores (Workers International League) se solidariza com o local 1.111 da UE. Pedimos a nossos leitores e seguidores que enviem mensagens de solidariedade, pedimos que nossos sindicatos aprovem resoluções e organizem atos de solidariedade.

Pode-se enviar mensagens de solidariedade ao Local 1.111 da UE no seguinte e-mail:
leahfried@gmail.com

http://www.elmilitante.org/content/view/5214/86/

Grande onda de mobilizações por toda a Grécia, a polícia assassina um estudante

Escrito pelo Comitê de Redação do “Marxistiki Foni”

Segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

No sábado pela noite um oficial das forças especiais da polícia grega assassinou, em Exarchia (próximo a Atenas) um jovem estudante de 15 anos, Alexandros Grigoropoulos (a só 200 metros de onde temos nosso local). Esta é a forma moderna e “democrática” em que um policial respondeu às consignas habituais contra a polícia de um pequeno grupo de estudantes secundaristas, normais e totalmente desarmados, que se encontrava frente a ele. O oficial da polícia disparou contra o grupo de estudantes em uma zona onde há muitos cafés cheios de gente e, às nove da noite, quando se reúnem na região muitos jovens, para passar a noite.

Este ataque fascista, brutal e não provocado por parte da polícia grega criou um sentimento extenso e profundo de repugnância em toda a sociedade grega. Recorda a todos as ações criminosas das forças policiais gregas no passado, os anos negros da ditadura dos coronéis (1967-1974), mas, também, serviu para recordar à maioria das pessoas os métodos brutais da polícia grega durante os últimos quatro anos de governo da direita. Há dois anos, em Tesalónica, seis oficiais da polícia golpearam brutalmente e sem piedade a um estudante chipriota, provocando-lhe feridas graves, tanto físicas como psicológicas. No mesmo período um oficial de polícia feriu gravemente um jovem professor utilizando um punho de ferro. Regularmente muitos imigrantes são golpeados pela polícia grega, sobretudo nas estações [de metrô – N.T.] de Atenas, como demonstram muitos vídeos que foram transmitidos em distintas emissoras de televisão gregas. Tudo isto são só alguns exemplos das ações “democráticas” do Estado burguês grego, nos últimos anos de governo do partido Nova Democracia (ND).

Este assassinato teve um grande impacto sobre todos os trabalhadores e, em particular, sobre a juventude grega. Na noite do assassinato, milhares de jovens se mobilizaram espontaneamente em Atenas, Tesalónica e Patras, para demonstrar sua fúria, houve enfrentamentos com a polícia durante toda a noite. Hoje havia planificado outra concentração no centro de Atenas, que terá uma participação maior que a de ontem.

Desde as primeiras horas da manhã, os estudantes ocuparam muitos institutos por todo o país. No momento de escrever este artigo, os estudantes universitários estão reunidos em massivas assembléias gerais para decidir o que fazer. O Sindicato de Estudantes Secundaristas decidiram convocar uma greve de três dia e os sindicatos primários também decidiram sair amanhã à greve. O KKE (Partido Comunista Grego) e o Syriza, frente de esquerda do Synaspismos, também decidiram participar hoje na concentração.

Um elemento importante a destacar é que na quarta-feira da semana passada, antes do assassinato, a Confederação de Sindicatos de Trabalhadores Gregos no setor privado e público (GSEE e ADEDY) decidiram convocar uma greve geral contra a pobreza e a ameaça do desemprego para a classe operária grega. Sem dúvida, a greve geral será muito distinta depois do assassinato do jovem Alexandros.

O governo grego tentou acalmar a população prometendo um “castigo exemplar” para o oficial da polícia implicado no tiroteio, mas o ambiente que existe na sociedade faz que este tipo de promessa tenham um caráter muito limitado. As últimas enquetes demonstram que ND está 6-7% atrás do PASOK [socialista]. O voto combinado dos partidos operários supera os 60%. Existem todos os fatores para que no futuro próximo caiba o governo.

Nós, marxistas, apoiamos energicamente e participamos ativamente no grande movimento contra o terror policial, mas também explicamos que o assassinato do jovem Alexandros não foi um acidente, senão que é a expressão da natureza reacionária do Estado burguês e do atual governo do ND. O terrorismo de Estado, para a classe dominante, é uma arma necessária que apóia o sistema capitalista. A violência policial é a alma gêmea da pobreza, a exploração e as privatizações.

A brutalidade policial é um método da guerra de classe contra os trabalhadores. A classe dominante organiza a violência de classe contra os jovens e trabalhadores e, por isso, devemos reagir, todo o movimento operário deve se mobilizar utilizando os métodos da luta de classes. Se as organizações de massas da classe operária não mobilizam todas suas forças, cometerão um sério erro, deixando o movimento nas mãos dos anarquistas e grupos ultra-esquerdistas, que insistem em métodos cegos e aventureiros. A queima de automóveis e tendas como “método de luta” tem o efeito contrário do que se deseja. Estes métodos dão razão à polícia, que busca se apresentar como “a protetora da propriedade do povo”. Ajuda a desviar a atenção da responsabilidade que tem a polícia e criminaliza a juventude.

Cremos que os sindicatos, os partidos operários, o PASOK, o KKE e o Synaspismos, as organizações de massas da juventude, devem se unir imediatamente em uma frente única tanto contra o governo como contra o ataque generalizado lançado pela burguesia grega. O objetivo da greve geral deve ser derrubar o governo e começar a luta por um governo socialista de esquerda, que se baseie no movimento operário, nos pobres urbanos e rurais, para poder acabar com as instituições repressoras do Estado, acabar com a opressão e aplicar um verdadeiro programa socialista. Só com a expropriação das principais empresas capitalistas e as colocando sob controle operário, poderá erradicar de uma vez por todas a violência e escravidão capitalistas.

http://www.elmilitante.org/content/view/5215/85/

Venezuela: Os trabalhadores da VIVEX ocupam a fábrica e exigem a sua nacionalização

Escrito por Jorge Martin

Sábado, 06 de dezembro de 2008

Os trabalhadores da VIVEX, novamente estão em luta. Na sexta feira, 21 de novembro, como parte de uma luta prolongada. 360 trabalhadores da VIVEX ocuparam a fábrica no distrito industrial de Los Montones em Barcelona, no estado de Anzoategui. [Venezuela]. A fabrica produz vidros para a industria automobilística e os trabalhadores estão pedindo ao presidente Chávez que a nacionalize.  

A principal razão para ocupar a fábrica foi o não pagamento dos abonos (prêmios por produtividade) que estão incluídos no acordo de negociação coletiva. Segundo os dirigentes sindicais José Angel Hall, Darwin Wilche e Pablo Cumana: "a empresa disse que está em quebra e se nega a pagar os 120 dias de abono aos quais os trabalhadores têm direito". A empresa disse aos trabalhadores que lhes pagaria 15 dias, os trabalhadores responderam que a empresa devia tornar público seus livros de contas para comprovar se realmente tivera perdas ou não.  

O secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores da Vivex (SINTRAVIVEX), Jean Sabino, informou que os trabalhadores haviam "ocupado o controle de operações da empresa porque o pessoal administrativo ausentara-se voluntariamente". O dirigente assinalou que os trabalhadores continuam trabalhando normalmente, porem não poderia garantir a distribuição de produtos acabados até que a situação legal da empresa não esteja clara.

A fabrica Vivex tem funcionado, durante a maior parte do ano, em apenas 50% de sua capacidade, utilizando a desculpa de que lhe falta acesso a uma moeda forte para comprar matérias primas. Isso provocou um efeito negativo em outras empresas automobilísticas, reduzindo a linha de produção, particularmente na Toyota e Mitsubishi (MMC).

O secretário geral do sindicato de trabalhadores da MMC, Félix Martínez, rechaçou as declarações de que a empresa está em bancarrota: "Somente neste forma fechadas seis empresas de componentes automotivos e foram reabertas pelos mesmos proprietários como 'cooperativas', esse é o meio para romper os contratos com os trabalhadores". Também demonstrou seu apoio aos trabalhadores da Vivex e advertiu a MMC de que ela não poderia adotar medidas similares contra seus próprios trabalhadores. O dirigente do Sintravivex, Jean Sabino, explicou que os trabalhadores estão "exigindo a intervenção do Estado para que possamos seguir produzindo com normalidade, porem sob controle operário".    

 

No dia 26 de novembro, o coordenador regional do Ministério do Trabalho, Alí Vélez, tentou entrar na empresa com os representantes da mesma, com a intenção de realizar reuniões. José Ángel Santoyo, um dos trabalhadores que participa da ocupação explicou que: "não aceitamos que eles entrassem porque não confiamos sem Vélez, sabemos que está mancomunado com a empresa e não seria a primeira vez que iniciaria uma reunião de conciliação e depois a abandonaria". Insistiu que eles somente falariam diretamente com o Ministro do Trabalho, Roberto Hernández.

No dia 1º de dezembro, segunda feira, os trabalhadores marcharam até a Assembléia Legislativa Estadual onde se reuniram com uma delegação de deputados estaduais convidando-os para que se dirigissem a todos os deputados estaduais no dia 4 de dezembro, quinta feira. "Nós. Entregamos um informe detalhado para o presidente Chávez", explicava um representante dos trabalhadores, José Ángel Hall, "explicando todos os abusos dos proprietários que participaram na conspiração do lockout patronal petroleiro e agora fazem o mesmo com os trabalhadores".

Durante a manifestação, o secretario geral do sindicato, Jean Carlos Sabino, mencionou a declaração de Chávez de que as "empresas que rompam os direitos dos trabalhadores ou não lhes paguem, deveriam ser expropriadas", pediu ao governo nacional que atuasse imediatamente. Acrescentou que o conflito já não era simplesmente por questões trabalhistas e que os trabalhadores "decidiram ir mais adiante que isso: estamos exigindo a expropriação da empresa, que seja nacionalizada sob gestão e controle operário".

Com a desculpa de "garantir o direito ao trabalho" aos trabalhadores dos escritórios e pessoal da direção, a empresa havia pedido para um tribunal que lhe fosse permitida a entrada na fábrica. Porém, na quarta feira, três de dezembro, os trabalhadores da Vivex impediram o pessoal da justiça e da policia, que eles entrassem na fabrica e que rompessem os cadeados.

Agitação na indústria automobilística  

A situação em toda a indústria automobilística é de agitação. Na quarta feria passada os trabalhadores da OCI Metalmecânica, em Valencia, estado de Carabobo, deixaram de trabalhar meio dia de trabalho para protestar contra a ruptura unilateral dos acordos de trabalho, por parte da empresa. Gustavo Martinez, secretário geral do Sutrafauto sindicato dos trabalhadores nesta empresa que fabrica tanques de combustíveis, na sua maioria para a Chrysler, declarou que a empresa não pagou as horas extras de novembro, quando deveria tê-lo feito. Avisou que se na segunda feira, 1º de dezembro, não pagarem as extras, os trabalhadores paralisarão a produção. 

Os trabalhadores da fabrica Toyota, em Cumaná, Estado de Sucre, também protestaram contra a decisão unilateral da empresa de colocar um de seus turnos de trabalho em férias não remuneradas. Argenis Vazques, um dos dirigentes do sindicato Sintratoyota, desse que esta medida não teria nada que ver com os problemas da Vivex, como algeva a empresa, senão que teria que ver com a superprodução: "O pátio da empresa está cheio de carros montados, a empresa tenta reduzir o estoque e quer que se danem os trabalhadores". Vasquez explicou que o gerente da empresa havia impedido sem razão alguma que o assessor do sindicato entrasse na fábrica. "Não podemos permitir que isso ocorra" disse ele. Ao final a Toyota aceitou não mandar ninguém de férias. 

Na fábrica da Ford em Valencia, estado de Carabobo,  os trabalhadores também estão protestando porque a empresa quer romper o acordo coletivo e não permitir que trabalhadores acrescentem seus dias livres às férias. O representante do Sintraford, sindicato local, Juan Aguilar, no dia três de dezembro disse que se não resolvessem o problema imediatamente convocariam a greve.

Os conflitos na indústria automobilística na Venezuela estão inseridos no contexto do "PLAN VENEZUELA MOVIL", um acordo entre o governo e as empresas automobilísticas introduzido em 2005. O objetivo do plano era desenvolver a industria automobilística venezuelana (baseado principalmente na montagem de componentes produzidos em outros locais), para permitir aos consumidores ter acesso e comprar carros a um preço razoável e com boas condições de financiamento e deste modo seriam criados mais empregos. O plano consistia na isenção de impostos para a venda de carros e também para as empresas que se comprometessem a aumentar a porcentagem de peças produzidas no país para determinados modelos inseridos nesse plano.  

"Venezuela Móvil", como explicam os dirigentes sindicais, realmente foi um desastre completo. Apesar do aumento da demanda de automóveis na Venezuela, as empresas se negam constantemente a investir em sua capacitação. Somente aproximadamente 10% dos automóveis vendidos em 2007 na Venezuela foram fabricados no país, os demais foram importados ou na maioria têm seus componentes importados. Os dirigentes sindicais do setor denunciaram também que, apesar das empresas terem ganhado mais ou menos 600.000 bolívares fortes pela isenção de impostos, elas empresas estão constantemente rompendo os acordos das negociações coletivas.

Eduardo Samán, do serviço de arrecadação de impostos SENIAT, tem denunciado em diversas ocasiões os exemplos de empresas que burlando os termos do acordo Venezuela Movil vendem os carros a preços mais elevados. Eduardo Samán afirma que "somente com a incorporação dos representantes dos trabalhadores no controle dos livros de contas" é que se pode solucionar  a situação.

Esta situação demonstra a natureza parasitaria do capitalismo. Como assinalava Rubén Linares, dirigente da UNT (União Nacional dos Trabalhadores, em construção na Venezuela), "um plano para renovar a frota de veículos utilizados nos transportes coletivos geraria 35 mil novos empregos no setor".

O fracasso da política reformista.

O "Plano Venezuela Móvil" foi um dos projetos carro chefe dos reformistas no governo Chávez e propagandeava a idéia de que a economia mista com um certo nível de intervenção federal era a alternativa. Buscaram a colaboração com os capitalistas privados para tentar reativar a economia, criar empregos, etc..porem está claro que fracassaram. È o momento de avançar até a nacionalização de toda a industria automobilística e que ela seja dirigida sob controle democrático dos trabalhadores para produzirem automóveis ao mercado e também para resolver os sérios problemas dos transportes públicos que vive o país. O que se aplica para a industria automobilística se pode também aplicar para o resto dos setores de propriedade privada da economia venezuelana.  

O presidente Chávez, na segunda feira, lançou um apelo para que os trabalhadores ocupassem as empresas que tinham problemas para pagar os salários e demais direitos. Os trabalhadores da Vivex atenderam a esse apelo. Durante meses os trabalhadores da indústria tem organizado assembléias nacionais para coordenar suas ações, inclusive  uma reunião importante de 600 trabalhadores em junho do ano passado, na qual falou  Alan Woods da Corrente Marxista Internacional, entre outros oradores. Alan Woods insistiu no papel da iniciativa dos trabalhadores na luta pelo socialismo. "Aqui na Venezuela, muitas pessoas olham para cima esperando que o presidente Chávez resolva seus problemas... é o povo e os trabalhadores que devem impulsionar, desde as bases, a revolução para frente, com a tomada e ocupação das fábricas para expropriar os capitalistas".

Agora os trabalhadores de Vivex deram o primeiro passo, obrigados pelas provocações dos empresários. Para que sua luta tenha êxito, necessita estender-se para outras empresas automobilísticas, onde já estão maduras as condições. Os trabalhadores também devem enquadrar seu conflito, como fazem corretamente, não simplesmente como um conflito por salários e condições de trabalho, que também são, mas também como parte da luta entre a revolução e a contra-revolução. Deste modo podem obter o apoio de toda a população, além do apoio da classe operária em geral.

O governo nacional deve intervir de um modo audaz e nacionalizar a empresa sob controle dos trabalhadores. O presidente Chávez iniciou uma campanha para reformar a constituição para que ele possa concorrer de novo ao cargo. Esta é outra batalha importante, porem não se pode ganhar nada sem um movimento decisivo até o socialismo.

Enviar mensagens de solidariedade aos trabalhadores da Vivex para:

Freteco: frentecontrolobrero@gmail.com
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Sindicato Nueva Generación, MMC: sindicatonuevageneracion@gmail.com

A IMPA é dos Trabalhadores e do Povo

Por Movimento Nacional de Empresas Recuperadas da Argentina  

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Publicamos a tradução da declaração que foi difundida a todo o movimento operário na Argentina e em outros países, após a votação pela expropriação da IMPA pela Câmara de Buenos Aires. 

Na quinta-feira, 04 de Dezembro de 2008, os trabalhadores do MNER (Movimento Nacional de Empresas Recuperadas) conseguiram que a Legislatura Portenha (de Buenos Aires – capital da Argentina) sancionasse a lei que declara os imóveis da fábrica recuperada IMPA como de utilidade pública e sujeitos a expropriação. 
 
Os dez anos de luta, a história da Impa, a justeza da reivindicação e a compreensão de que não havia outro caminho para resolver o conflito sem violência - já que sabiam de nossa decisão de resistir com nossas vidas a qualquer tentativa de despejo -, se viram refletidos no voto afirmativo dos 51 legisladores da cidade que estavam presentes. 
 
A IMPA é uma das primeiras empresas recuperadas da Argentina. Dela surgiu um método de luta diferente que permitiu conservar e criar milhares de postos de trabalho ao mesmo tempo em que deu origem ao Movimento Nacional de Empresas Recuperadas da Argentina. 
 
Nada disso seria possível sem a solidariedade e a luta dos diferentes movimentos sociais nacionais e internacionais, os militantes, as assembléias de bairro, os vizinhos, os educadores, a gente da arte, os militantes do Partido Obrero, do C.C.C. e os milhares de "simples cidadãos" que alguma vez se aproximaram da IMPA para dar uma mão.  
 
Agradecemos especialmente aos trabalhadores da UST (União Solidária de Trabalhadores) por sua ação no dia mais duro, o da repressão; aos colegas do C.E.I.P., educadores e estudantes dos cursos secundários populares; ao colega Serge Goulart coordenador nacional das Fábricas Ocupadas do Brasil que esteve em cada momento difícil da Impa demonstrando a necessidade do internacionalismo dos trabalhadores. 
 
Na IMPA, desde maio de 1998, seus 80 trabalhadores levam a sério o lema: OCUPAR-RESISTIR-PRODUZIR, enfrentando diariamente um mercado capitalista que propõe a concorrência desmedida, à que eles respondem com mais solidariedade, pois concebem que esta supera a concorrência. 
 
Hoje, mais do que nunca, no contexto nacional e internacional que vivemos, a IMPA será exemplo aos milhares de trabalhadores que terão que ocupar as empresas e pô-las a produzir. Ao mesmo tempo, fazer todo o esforço para liquidar o sistema capitalista que nos oprime, para o quê não é suficiente tomar a fábrica e pô-la a produzir. São eles ou nós, não há meio termo. 
 
A IMPA humildemente, enquanto uma empresa recuperada, hoje convoca nosso povo a perder a paciência e sair a lutar. Para isso precisamos que do povo saiam novos dirigentes para esta etapa. Não se concebe uma direção sindical como a atual, que peça ao povo para que pague os salários e o financiamento para as empresas privadas, enquanto deixam as unidades produtivas nas mãos dos capitalistas. Não se pode pedir que se forme um conselho econômico social com a burguesia e a oligarquia provincial representada pelos governadores, para ver como resolvemos a crise para os capitalistas.  
 
Há que tomar as empresas que demitam um só trabalhador, há que expropriar a todos os monopólios formadores de preço para que sejam conduzidos pelo Estado e os trabalhadores, há que lutar pelas 6 horas diárias de trabalho sem redução dos salários, não há que pagar um tostão a mais de dívida externa, há que romper com o MERCOSUL das multinacionais e convocar à proposta de integração entre os povos na perspectiva da ALBA, proposta há vários anos pelo Parceiro Comandante Hugo Chávez. 
 
Eles, os capitalistas, estão cambaleando e há que chegar ao nocaute e isso só é possível nas ruas. Há que convocar à greve com piquetes. Se não o fazemos, seremos cúmplices da próxima barbárie que nosso povo venha a viver. 
 
A IMPA é dos trabalhadores!  
 
Sua luta não se negocia nem se vende!  
 
Marcelo Castillo (IMPA) 
Eduardo Murua (MNER)