20 de novembro de 2008

Venezuela: os trabalhadores conscientes de todo o mundo se erguerão por tua revolução!

Tenho acompanhado com atenção a situação revolucionária que segue seu curso na Venezuela. O movimento sindical segue empantanado pelas posições dos dirigentes sectários e oportunistas reformistas. O PSUV centra seus esforços na via eleitoral. A União Novo Tempo, partido da burguesia mais reacionária, segue fustigando para avançar na contra-revolução.

O Comandante Chávez, abandonando seus discursos pacifistas, ameaça intervir militarmente nos Estados de Carabobo e Zulia. Disse que enviará os tanques para esses estados, no caso da oposição ganhar as eleições.
O presidente da União Novo Tempo, em resposta a Chávez declara que " ...o povo caminhará por cima dos tanques". 

No estado de Aragua há uma situação à beira da explosão, com a direita e PODEMOS (social-democratas) provocando conflitos e confrontos, enfrentados com os trabalhadores nos bairros. Em outros estados, incêndios e depredações de ônibus, queima de sede de partidos.

Na verdade o que ocorre na Venezuela é expressão de uma crise que se arrasta desde há muito. Não há uma direção revolucionária implantada nas massas. Não há um partido revolucionário e a cada momento a balança, ora pende mais para a direita, ora para a esquerda. A direita, apoiada pelos EUA, tem ocupado o vazio deixado pela inércia da UNT e fragilidade do PSUV, provocada pela burocracia, e é sistematicamente boicotado pelos reacionários oriundos da IV Republica que se esgueirando como "rojitos" pelo MVR e aparatos do Estado, golpeiam a Revolução desde dentro do movimento revolucionário.

Com a crise mundial as dificuldades aumentam no setor petroleiro. Baixam os preços do petróleo e com isso dificultam-se as destinações de recursos investidos na educação e saúde e na alimentação.

Mesmo assim, Chávez reagindo diante da ameaça da direita, decide investir massivamente na importação de gêneros alimentícios que são distribuídos a preços populares no Mercal e Pedeval, isso depois de nacionalizar a SIDOR e o Banco Santander, o que realimenta o ânimo revolucionário das massas. Os trabalhadores seguem organizando-se nas fábricas e a CMR realiza uma histórica Conferência Sindical que contou com a participação de fábricas ocupadas sob controle dos trabalhadores, trabalhadores e sindicatos do ramos automotriz, siderurgia, entre outros, para avançar na luta pelo controle operário e combater os sectários e reformistas incrustados na UNT.

Na escolha interna dos candidatos do PSUV, apesar das maracutaias estatutárias que beneficiava a burocracia, mais de 2 milhões de filiados participaram diretamente na escolha dos candidatos. A revolução segue sua marcha, se alimenta e aprende com as lutas, vitórias e derrotas da classe em todo mundo.

A situação boliviana, apesar dos conflitos abertos com a direita paramilitarizada e da timidez centrista de Evo, de seu receio e medo diante do ímpeto das massas; a revolução segue avançando e realimenta a luta na Venezuela.

As mobilizações de trabalhadores em vários países, contra a crise e seus efeitos destruidores sobre as conquistas, ajudam as massas Venezuelanas a se reanimarem. È necessário abrir a via da unidade operária para derrotar o imperialismo e colocar a luta pelo socialismo em um novo patamar.

Em boa ora recebemos a noticia da convocação da Iª Conferencia Pan-americana Marxista convocada pela CMI, para março de 2009, no México.

Nesse momento, onde em nível mundial os trabalhadores travam a dura batalha contra o capital, adquire enorme significado a realização e preparação desta Conferencia Pan-americana. Como dizem os camaradas da CMI: "Esta Conferencia Pan-americana será uma oportunidade para dialogar sobre os processos vividos em todo o continente, sobre o ambiente revolucionário em Venezuela, Bolívia, México, Argentina, etc. E também do ambiente que começa a se viver nos EUA e Canadá frente a crise.. Porém nós  não somos intelectuais de botequins, somos militantes, de modo que, nessa Conferencia debateremos as tarefas para os marxistas no próximo período".

Esse é o melhor presente e apoio que os trabalhadores Venezuelanos podem receber às vésperas das eleições. A convocação da Iª Conferencia Marxista é um fato histórico. Sua preparação em todos os países da America Latina, em particular onde existem as seções da CMI, fará com que fortaleçamos ainda mais a luta pela construção da Internacional o que certamente ajudará a revolução na Venezuela e em toda a América.
Ao aproximar-se as eleições na Venezuela, nós que integramos a campanha Tirem as Mãos da Venezuela, irmanamo-nos aos trabalhadores de todo mundo e declaramos: Viva a revolução na Venezuela! Pela Vitoria dos candidatos do PSUV! Viva o socialismo! 

Wanderci Silva Bueno
Esquerda Marxista

Belo Horizonte

wanderci.bueno@gmail.com

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