Prezado Sr. Roberto Rui, representante do RH da empresa Vale,
Nós, do Movimento das Fábricas Ocupadas, solicitamos que a decisão democrática dos trabalhadores da Vale, em manter a jornada de trabalho de 06 (seis) horas diárias, seja respeitada, por cinco motivos básicos:
1°) A livre associação dos trabalhadores é garantia constitucional e, se estamos em um Estado Democrático de Direito, as decisões de assembléias devem ser respeitadas. A votação é legítima e deve ser acatada pela empresa;
2°) A decisão dos trabalhadores é correta, pois a jornada de trabalho é uma conquista da classe trabalhadora, sendo que as seis horas é uma garantida mínima de qualidade de vida do trabalhador, para que desfrute maior tempo com sua família, lazer, estudo, e diminua a exploração da força de trabalho sugada pelos empresários. Estudos do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas) demostram que 04 horas é suficiente para a produção e que as demais são exploração de mais-valia;
3°) Justamente por ser uma conquista e direito dos trabalhadores da Vale, não pode ser aprovada uma decisão que piore as condições de trabalho, diminuindo seus direitos conquistados. É inconstitucional, além de ilegal, por enfrentar disposições garantidas na CLT;
4°) A Vale é uma empresa privatiza por meio das fraudes ocorridas durante o governo FHC e deve ser reestatizada. Recebe benefícios do BNDES e outros fundos pagos pela população, gerando riqueza para uma minoria eleite acionista. O interesse da empresa fazer com que os trabalhadores trabalhem não mais 06 horas está inserido neste contexto onde não interessa as condições de trabalho e os direitos positivados em nosso ordenamento legal, mas sim a ânsia alucinada por lucros e exploração dos seres humanos;
5°) Como classe trabalhadora, resistindo contra o fechamento de fábricas e o desemprego gerado, contra os malefícios do sistema capitalista, fundando na exploração da força de trabalho alheia, demostraremos a força da nossa classe, nos solidarizando e demonstrando que sem os operários, os empresários não são nada. Exemplo disso, da inutilidade da gestão patronal, nós estamos mostrando que uma gestão operária é muito melhor do que a visão meramente lucrativa de exploração. Nós, nas fábricas Cipla, Interfibra e Flaskô, conseguimos reduzir a jornada de trabalho para as 06 horas. Sem os benefícios que o BNDES lhes dá, nós sobrevivemos por 5 anos, demonstrando a democracia operária e a construção do socialismo.
Por tudo isso, defendemos a legitimidade das decisões dos trabalhadores da Vale para manter as 06 diárias de jornada de trabalho.
Contra a exploração dos trabalhadores! Pela 06 horas de jornada de trabalho!
Contra as arbitrariedades da Vale! Pela reestatização da Vale!
Viva a solidariedade da classe trabalhadora!
Sumaré, Fábrica - sob o controle dos trabalhadores, 13 de agosto de 2008.
14 de agosto de 2008
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